domingo, abril 28, 2024

Novo normal: como a moda se adapta?

Cléo Aidar tem uma longa estrada no mundo da moda. Nos anos 70, ainda do outro lado da cadeia produtiva, era manequim. Passou das passarelas para a área comercial, virando representante. Na sequência, embarcou em sua marca homônima.

Atualmente, busca se consolidar como uma empresária que foca seus esforços em uma cadeia de produção sustentável. Mais recentemente, embarcou nos desafios do e-commerce. Com a loja virtual, a marca espera incrementar em 15% o faturamento total até 2021.

Conversamos com ela sobre os novos rumos do segmento e os impactos da pandemia dentro desse universo.

Cléo Aidar
Cléo Aidar. Foto “Novo normal: como a moda se adapta?”: Divulgação.

JornaldamodA – Como você começou sua carreira em moda?

Cléo aidar – Comecei a trabalhar com moda na década de 70, como manequim. Desfilava alta costura e prêt-à-porter. Logo após, trabalhei como representante e depois abri minha empresa. No início só fabricava tricô. Após alguns anos, comecei a fabricar peças em tecidos planos também, uma vez que o tricô era sazonal – vendia muito no inverno e pouco no verão.

JornaldamodA – Qual a diferença do mercado do início para agora?

Cléo – Embora estivéssemos numa crise muito grande quando comecei, não havia tantas confecções como hoje. As ofertas, consequentemente, eram menores.

JornaldamodA – A criação do e-commerce já estava programado ou teve relação com o momento de isolamento social?

Cléo – Fizemos um projeto de ‘branding’ da nossa marca no primeiro semestre de 2018. A partir desse projeto, decidimos iniciar a expansão do varejo. Inauguramos nossa loja física, em 2019, e também iniciamos a execução da loja virtual, inaugurando agora.

JornaldamodA – Como é sua relação com o empreendedorismo feminino? Você tenta incentivar suas colaboradoras a investir na carreira?

Cléo – Somos uma equipe grande de mulheres empreendedoras! Funcionárias, clientes e fornecedoras. Procuro sempre privilegiar a capacidade.

JornaldamodA -Você tem uma preocupação com a cadeia produtiva. Como isso acontece e como você mantém?

Cléo – Respeitar a cadeia produtiva se tornou uma necessidade! O fabricante e o consumidor estão conscientes. A preocupação com a moda descartável não pertence mais às pequenas grifes alternativas, mas estão chegando às grandes marcas do mercado. Temos uma equipe de produção que trabalha conosco há muito tempo. Sabemos quem são e como trabalham.

JornaldamodA – O que você espera da moda no chamado “novo normal” – após a pandemia e com a pressão popular por empresas mais éticas e justas?

Cléo – É preciso mudar nosso olhar em relação à moda. Talvez esse momento de isolamento social possa servir de reflexão para a nossa forma de consumir. Não deixaremos de comprar, mas optaremos por mais qualidade e menos quantidade.

LEIA MAIS:

SORORIDADE – O QUE É? O QUE NÃO É?

UM PAPO SOBRE MASCULINIDADE TÓXICA COM FABRÍCIO CARPINEJAR

JULIANNA GERAIS: COMO MULHERES BRANCAS PODEM AJUDAR NA LUTA ANTIRRACISTA?

Leia também

spot_imgspot_img