segunda-feira, abril 29, 2024

Câncer de pele: identifique se suas pintas são perigosas

Pintas e sardas são características comuns – e até bem charmosas. Como forma de prevenção ao câncer de pele, entretanto, elas devem ser colocadas em foco ao menos uma vez ao ano. A doença corresponde a 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil.

Apesar do tema ser tão importante, as estatísticas da 21ª Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele mostram um cenário não muito favorável: 63,05% dos brasileiros ainda não se protegem adequadamente do sol.

Scanner de pintas

A análise de pintas deve ser feita por um dermatologista capacitado e precisa englobar o corpo inteiro. Você e o especialista não devem esquecer da área genital e do couro cabeludo.

Câncer de pele: identifique se suas pintas são perigosas. Sempre verifique se elas mudam de forma, coçam, sangram e alteram a cor. Além do exame em casa, é essencial ir ao dermatologista uma vez ao ano, ao menos, para fazer uma “revisão” de suas marcas.

É possível também fazer um exame em casa.

Segundo o Dr. Renato Santos, cirurgião oncológico do Hospital 9 de Julho, de São Paulo, para ajudar a avaliar se uma pinta é apenas uma marca inofensiva ou se apresenta algum risco, o método sugerido é o ABCDE. Ele analisa pontos como:

  • Assimetria: a lesão tem um padrão ou uma de suas metades é diferente da outra?
  • Bordas: elas estão irregulares, com contorno mal definido?
  • Cor: o tom é variável, com a mesma mancha com diferentes nuances; como preta, castanha avermelhada e até azul?
  • Diâmetro: o tamanho é maior do que 6 milímetros?
  • Evolução: a pinta está crescendo ou sangrando?

Entre os tipos mais comuns da doença estão:

Carcinoma basocelular: é o mais comum, porém o menos agressivo. Este tipo de câncer surge com mais frequência em regiões mais expostas ao sol, como rosto, nariz, pescoço, orelhas e couro cabeludo.

Carcinoma espinocelular (CEC): conhecido também como epidermoide, é o segundo mais comum dentre todos os outros tipos de câncer. A pele normalmente apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda na sensibilidade. É frequente que apresente ulceração. Pode dar metástases.

Melanoma: é o tipo menos frequente, porém o mais agressivo e letal. Tem origem nas células responsáveis pela produção da melanina, os melanócitos, e é considerado o mais grave. Em geral, tem aparência de uma pinta de bordos irregulares, de cores variadas (variando entre tons de castanho, vermelho e preto e áreas esbranquiçadas), maiores que 0,6 mm e que apresentou crescimento.

Tratamento

Caso o médico identifique alguma anomalia, o próximo passo é analisar se o caso envolve um tumor benigno ou malígno.

Quando benigno, o tratamento pode ser cirúrgico, com remoção e sutura simples, remoção via corrente elétrica (eletro-curetagem) ou congelamento da pinta (criocirurgia).

Quando maligno, a cirurgia é a principal forma de tratamento. Em algumas situações especiais, é possível envolver sessões de radioterapia, terapia fotodinâmica, imunoterapia e quimioterapia.

Prevenção

Como a melhor forma de ação é prevenir o surgimento da doença, o ideal é evitar a exposição solar das 10h – 16h. Usar protetor solar diariamente também é recomendado. “A pele não esquece e vai acumulando ao longo da vida os resultados da exposição solar (mutações). Por isso, a proteção deve ter início já na infância”, alerta Dr. Renato Santos.

O fotoprotetor deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição solar e reaplicado a cada 2 horas.

“O filtro solar deve ser passado em toda a superfície da pele, numa quantidade equivalente a cerca de meia colher de chá para face, pescoço e braços, e pouco mais de uma colher de chá para tronco, costas e membros inferiores”, diz Cristiano Kakihara, médico membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, de São Paulo.

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